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terça-feira, 27 de janeiro de 2009

[O Álbum de um Homem só]


Muito se esperou até que fora finalmente lançado. Tudo bem, uns 15 anos de espera e um gasto milionário – recorde para a produção de um álbum – valem a pena se for Axl Rose. Claro, Axl tem os direitos da marca e o legado que os Guns N’ Roses deixou na segunda metade da década de 80. E porque grandes críticos e fãs denegriram tanto Chinese Democracy?

Para muito fãs – aqueles que só escutam Sweet Child O' Mine, Welcome to the Jungle, Don't Cry e November Rain -, Guns não é mais aquela coisa monstruosa que conseguiu o feito de emplacar, no top 10 dos Estados Unidos, dois álbuns ao mesmo tempo. O que esperavam? As pessoas envelhecem, não tem a mesma disposição de outros tempos, e os fãs querem que uma fórmula que deu certo seja um conto de fadas eterno, com final feliz depois de tantas brigas e um hiato de uma década e meia.

Guns N’ Roses está morto há 15 anos. Uma morte lamentável, se é que entendem. Além das músicas supracitadas, não devemos esquecer-nos da profundidade de Civil War, da ironia de Used to Love Her, das subidas e descidas de Mr. Brownstone e de tantas outras que nem lembramos pela freqüência que são executadas nos meios e comunicação.

Não esperem comparações com os discos anteriores visto que apenas Axl se alimenta da franquia Guns N’ Roses. Ele podia ter sido generoso em liberar as horas de arquivos nunca lançado do Guns original para os fãs mais ávidos. Nunca saberemos como aconteceu o fim contubardo da banda original – mas quem se interessar, leiam Slash, autobiografia do ex-guitarrista da banda, publicada pela Ediouro, para se ter alguma noção do ocorrido.

Mas Chinese Democracy é um ótimo álbum. Sem dúvida, quem estiver procurando por um rock mais “cru” pode se desapontar ao escutar as treze faixas do disco. Foram anos mexendo, tirando e adicionando efeitos sonoros as composições até chegar a músicas que mesclam a voz metamórfica de Axl, piano, solos de guitarra, violinos, percussão variada, baixo e distorções eletrônicas. Esse liquidificador merecia ser lançado ao público como o disco solo de Axl Rose, e não do Guns N’ Roses. Isso gerou o descontentamento de quem esperava ouvir algo que lembrasse a sua juventude de 15 anos atrás. A voz do vocalista não é a mesma de antes, mas ele não poupou em usá-la (Scraped é um bom exemplo disso).

De todas as faixas, Prostitute é a que mais agrada aos meus ouvidos. O modo como a música foi composta é bem interessante. Ela equilibra momentos mais traquilos, como aqueles onde o piano e os violinos sobressaem com a voz do Axl, e os mais agitados, quando a bateria fica mais feroz, a guitarra mostra do que é feita os agudos são mais presentes acompanhados de um back vocal. A letra é profunda, até me deparei com uma “interpretação” da mesma no site letras.mus.br :

“Axl justifica o fim da banda antiga aos fãs (aqueles que você não pôde salvar), por meio de 3 diálogos imaginários:
1 - com os próprios fãs (se fui mal compreendido, seja gentil, fiz o que deveria, pq os outros se venderam por dinheiro - drogas);
2 - com Slash/Duff (você deveria ter se voltado pro coração daqueles que nao pôde salvar; o amopr que vc tinha vc trocou por fama e dihheiro);
3 - com o nome da banda (o que você faria se eu tivesse que negar seu nome; e se disesse que te amo e fosse embora);
É uma das mais profundas e melhores música do GNR em todos os tempos.”

http://letras.terra.com.br/guns-n-roses/1286302/

(Alguém duvida dessa análise bem “imparcial”?)


Escute e julgue por si só o trabalho megalomaníaco de Chinese Democracy. Até o governo chinês andou chiando com Axl por esse álbum “falar mal” da grandiosa china.

Até a próxima.

Lucas Macedo Lopes

26 de janeiro de 2009

~/Ł/~

3 comentários:

MARLO RENAN disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
MARLO RENAN disse...

Resenha excelentíssima! Nem se compara com as minhas, humildes.

Eu ouvi esse CD há pouco tempo. Acho que, para um álbum de rock, se encaixa na categoria "normal". Não entendi por que tantos críticos e fãs o esculhambaram... (esperavam a mesma coisa de um Guns extinto? "Patience...")

Concordo que na capa deveria estar o nome de Axl Rose, e não do Guns. Foi a mesma coisa que aconteceu com o álbum "The Final Cut": cantado, produzido e distribuído por Roger Waters, mas sob o nome do Pink Floyd. Não é justo.

Excelente texto! Abraço!

Edu disse...

macho pior q essa poha da galera ficar esperando a formula mágica é verdade, mas a esse tipo de música véi é uma expressão do q o cara tá vivendo e sentindo,qdo passa a época do cara é mto dificil q ele venha a compor algo de mesmo impacto...mas pros verdadeiros fãs e apreciadores deve ser bom de escutar xD

O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós - Jean-Paul Sartre