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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

[ Dois Mil ]


Corpo dolorido. Era o que mais se lembrava enquanto caminhava ao trabalho. Não era pelo simples fato que o dia anterior tinha sido feriado e aproveitara com os seus amigos noite adentro, nem que trabalharia um dia antes da virada do ano: era a dor no corpo.

Pior, não sabia ao certo como foi que ele conseguiu essa proeza. Talvez, sem muito esforço e muito álcool, esbarrara por entre as mesas dos barzinhos que tinham ido, tenha caído no meio da rua ou outra coisa parecida. As dores podem ter vido de situações menos corriqueiras, mas não menos incomuns: um namorado ciumento que viu nele a oportunidade de ganhar um par de chifres. É, não se fazem mais saídas como antigamente.

Chegou ao prédio do escritório suando bicas. Também, pudera, o carro estava na oficina e não havia paradas de ônibus muito próximas do seu ganha pão. Mas foi assim, entre tropeços e tropicões que subiu para a sua sala, ligou o computador, puxou o lenço do bolso e enxugou o suor que ainda não tinha ido embora.

Olhou para tudo a sua volta. Sua mesa, suas canetas e pertences, documentos por despachar... Estavam ali, com a costumeira saudação calorosa de objetos inanimados. Indagou-se, então, se seria sempre assim, se não sairia mais para quem merecia receber atenção, desligaria o celular para se ligar mais, se passaria outro ano na mesmice que resolveu se confortar.

O futuro é incerto, e ele sabia. Temê-lo? Para que tanto alarde se ele é o único responsável pelo aquilo que o é. Muitos são os que fazem promessas de ano novo, pulam ondinhas, manda flores à iemanjá e se esquecem que só há realidade quando sonhos são realizados.

Tens um sonho? Realize-o.

Lucas Macedo Lopes

30 de dezembro de 2009

~/Ł/~

Um comentário:

Ana Luiza Valente disse...

Meu caro,

quanto tempo não escreve nem dá as caras!Aguardo-te no meu confessionário online. Encontro-te daqui a alguns dias, estarei aí na sua esquina nessa Páscoa.
Sinto saudade.

E quanto aos sonhos, nunca deixemos de sonha-los...

Um beijo,

sua colega de palavras.

O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós - Jean-Paul Sartre